Pequenos empreendedores enfrentam desafios para obtenção de crédito
A dificuldade de acesso a financiamentos tem provocado um êxodo de pequenos empreendedores do setor de crédito.
Dados recentes revelam que menos da metade dos que ainda solicitam empréstimos obtém sucesso.
Essas informações são parte dos resultados da terceira edição da pesquisa “Pulso dos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa situação é resultado do aumento da taxa Selic para 13,75% ao ano. Esse reajuste intensifica os custos do crédito e se torna quase inviável para os empreendedores, podendo conduzir ao fechamento de muitos negócios.
No período entre abril e maio, 73% dos empreendedores não buscaram crédito bancário nos três meses anteriores à pesquisa. Isso mostra um aumento de cinco pontos percentuais em relação à primeira edição da pesquisa “Pulso”, realizada em agosto de 2022.
A pesquisa também aponta que apenas 40% dos proprietários de pequenos negócios que solicitam empréstimos conseguem efetivamente o recurso da instituição financeira.
A condição financeira dos empreendedores é preocupante. Segundo o estudo, 63% dos pequenos negócios estão endividados, com 26% deles em atraso nos pagamentos. Além disso, 52% das empresas comprometem 30% ou mais dos seus custos mensais com o pagamento de dívidas. Entre os microempreendedores, essa proporção aumenta para 61%.
A ausência de políticas amplas de financiamento para pequenas empresas é uma barreira para o crescimento do setor. O Banco Central, ao manter altas taxas de juros, cria um obstáculo para os empreendedores.
O Sebrae, em busca de soluções, tem defendido a criação de fundos garantidores com condições acessíveis. Uma dessas iniciativas é um fundo em parceria com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), com um aporte do Sebrae de R$ 80 milhões e da Finep de R$ 50 milhões. O objetivo é oferecer R$ 1 bilhão em microcrédito a taxas muito baixas (2,5% ao ano).
O Sebrae também planeja criar um fundo conjunto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) para emprestar mais de R$ 10 bilhões, buscando alternativas para apoiar os empreendedores enquanto medidas mais amplas de política monetária não são implementadas.
Fonte: https://sitecontabil.com.br